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A lei do ex e os 99 clubes no "currículo" do Zeca

Já ouviu aquele ditado castelhano: "no creo en brujas, pero que las hay, las hay"? No futebol, nunca é bom brincar com a "lei do ex", que é como uma daquelas bruxarias infalíveis e imperdoáveis da bola. No São José, se depender do sobrenatural, estamos bem servidos. No atual elenco de 35 jogadores, 19 contam com passagens pelos adversários do Zeca neste Brasileiro Série C.  E o que é melhor, quatro deles - Luiz Eduardo, Machado, Éverton Júnior e Rafael Goiano - já passaram pelo Boa Esporte, o adversário deste sábado, no Passo d'Areia.
"Espero que a lei do ex aconteça, mas isso vai depender muito de nós fazermosum ótimo jogo e reencontrarmos a vitória", diz o volante Machado, que disputou a Série B do ano passado pelo clube mineiro.
Nesta Série C, por enquanto, o São José está em desvantagem nesta infalível lei da bola. Foram três gols sofridos de jogadores que passaram pelo Passo - Paulinho Simionato (Ypiranga) e Paulo Rangel (Paysandu) - e um marcado, com o meia Rafael Tavares, contra o Luverdense. Ele também já vestiu a camisa do Paysandu, mas não marcou no último domingo. Antes, no Gauchão, ele marcou contra o Avenida, sacramentando a lei do ex.
"Eu acredito, né. Até porque passei por isso. Na verdade, acredito que é muito da nossa cabeça. Nessas partidas, inevitavelmente, o jogador entra pensando positivamente, com uma motivação um pouco diferente, e acaba funcionando", diz o meia.
Pensando em números, o jogador mais propício a "cometer" a lei do ex é justamente o artilheiro do Zeca nesta competição. Luiz Eduardo já jogou no Boa Esporte e no Remo, os dois próximos adversários do São José. Entre os clubes desta competição, também já defendeu Luverdense, o Volta Redonda e o ABC.
"Se for para marcar gols e ajudar o nosso time, eu acredito na lei do ex", brinca o centroavante.
EXPERIÊNCIA - Não, o São José não montou o elenco pensando no encanto da superstição. De acordo com a direção de futebol e a comissão técnica, a montagem do grupo de jogadores para o Brasileiro levou em conta a experiência dos atletas em escolas diferentes da gaúcha e, sobretudo, em competições nacionais como a Série C. E neste aspecto, os números comprovam o critério. No currículo dos 35 atletas, há 99 clubes, somente 26 gaúchos. Entre eles, 12 clubes cariocas, 11 paulistas e nove catarinenses. 
Machado, que é gaúcho de Santa Maria, é um caso clássico desta experiência em outras escolas. 
"Comecei na base em São Paulo, durante dois anos no Desportivo Brasil, que tinha um estilo de jogo muito parecido com o nosso, de posse de bola e sempre agredindo o adversário. Hoje a Série C está muito qualificada, com os clubes investindo individualmente em jogadores que podem fazer a diferença. O nosso conjunto tem se sobressaído nessa disputa", valoriza.
Ele é um dos sete jogadores que passaram pelo Grêmio, o clube que mais aparece no histórico do elenco do Zeca. Mas, para quem gosta da lei do ex, entre os clubes de fora do Rio Grande do Sul, a maior parcela de ex aconteceu justamente no Boa Esporte.
Mesmo com a busca pela experiência maior no cenário nacional, à exemplo de temporadas anteriores, e como é uma característica do Zeca, a aposta é grande nos jogadores formados na base, e 16 dos 35 jogadores surgiram aqui (45%). São 26 (74%) gaúchos no elenco, mas além do Rio Grande do Sul, o mapa do vestiário inclui outros sete estados (Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Paraná). E há quem carrega a origem no apelido, como o Tiago Pará e o Rafael Goiano.
 

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