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"Atleta de qualidade pode surgir em qualquer lugar", diz o técnico da Seleção Sub-15

O Estádio Passo d'Areia teve visitantes diferenciados no público do confronto entre São José e Internacional, pelo Gauchão Sub-15, na última terça. O treinador da Seleção Brasileira da categoria, Guilherme Dalla Déa, acompanhado pelos observadores da CBF Rodrigo Lameira _ ex-diretor do Zeca _, e William Santos analisavam possíveis nomes para a futura convocação da equipe que preparam para o Sul-Americano Sub-15. A passagem por Porto Alegre, segundo o treinador, faz parte de uma programação que rodará todas as regiões do país na observação de atletas e também de clubes que trabalham na formação de jogadores. 
À frente da Seleção Sub-15 há pouco mais de dois anos, Guilherme começou sua carreira como treinador em São Carlos, no interior de São Paulo e, em 2012, recebeu uma oportunidade na mesma categoria, no São Paulo. Lá ele foi observado e recebeu o convite da CBF.
Neste ano, Guolherme Dalla Déa estará também no comando da Seleção Sub-17, que disputará o Mundial da categoria. É que se encerrará o ciclo dele no comando dos meninos que entrarão em campo.
O treinador conversou conosco sobre o seu trabalho e o que encontrou no Passo d'Areia.

A categoria Sub-15 é aquele estágio em que os atletas ainda não recebem acompanhamento da mídia. Como faz para acompanhar e encontrar os talentos para a Seleção?
Guilherme _
 Temos um trabaho de observação muito completo e qualificado, com o Lameira (Rodrigo Lameira) e o William (William Santos). Desde o Efipan do ano passado, que eu acompanhei de perto, e inclusive conheci esta equipe do São José, já observamos 104 jogos. Formamos uma lista de 75 jogadores. Eles serão convocados em duas etapas, Nessa primeira, vão 45 jogadores e o restante na segunda. É uma forma de conseguirmos trabalhar bem com cada um deles e termos tempo de observação do potencial de cada um com a nossa estrutura no Rio de Janeiro. Mas não basta observarmos os jogos. Faço questão de rodar o país para afinarmos o contato com os treinadores e os clubes formadores, para ficarmos sempre próximos da forma como os profissionais estão atuando com os meninos. 

No profissional, a possibilidade de um jogador do São José acabar na Seleção é mínima. Tanto pela pequena exposiçao quando pela diferença estrutural em relação às equipes de ponta do país. Nas categorias de base existe essa distância?
Guilherme _
 De maneira alguma. Em 2015, por exemplo, convocamos para o Sul-Americano um atleta do Nova Iguaçu, que tem uma estrutura muito parecida com a do São José. Aquele atleta de qualidade pode estar em qualquer clube, pode surgir em qualquer lugar. Se tem potencial, vamos convocá-lo. É claro que neste estágio da formação do atleta temos uma precaução maior com relação às condições de formação e o vínculo do atleta com o clube. O jogador só é chamado depois que fazemos uma checagem sobre a situação contratual dele junto ao clube. Porque há sempre o risco do atleta ser levado, a partir de uma aparição na Seleção, sem que o clube formador receba nada. 

Você já conhecia o São José?
Guilherme _
 Não, a estrutura é novidade para mim. Fiquei bem contente com o que encontrei aqui. É prazeroso conhecer o trabalho do clube. Tanto pela estrutura e a importância que se dá a este trabalho, como pelos profissionais. Eu já tinha tido um contato com os profissionais do São José no Efipan. O São José é um bom exemplo desse novo futebol brasileiro.

Como você observa essa geração 2002, hoje no Sub-15?
Guilherme _
 É uma geração de atletas muito inteligentes mesmo. Eles já chegam e se mostram muito receptivos aos últimos conceitos táticos do futebol. Têm um nível de compreensão muito bom. O que eu sinto falta, e buscamos muito isso, que é o nosso diferencial brasileiro, é de atletas com desenvoltura para aquele último quarto do campo. Aquele talento brasileiro para definir a jogada, para enfrentar o mano a mano quando chega na frente. Somos carentes nisso e esse aspecto preecisa ser mais trabalhado com os meninos dessa geração, porque eles são realmente muito inteligentes e receptivos ao trabalho.

Como é a relação das categorias de base com a equipe principal da Seleção Brasileira a partir da chegada do Tite ao comando?
Guilherme _ 
Eu me sinto muito honrado de trabalhar junto com um profissional como o Tite, que é um cara que entende muito bem do trabalho com as categorias de base. Então, com ele, temos contato direto com a principal. Há uma sintonia fina entre todos. O Edu (Edu Gaspar) entende que, por exemplo, esse nosso trabalho de conhecer o que está sendo feito no país é essencial. Hoje mesmo (terça) falei com ele por telefone e contei que estaríamos no São José. Ele achou excelente. O Tite trouxe para todas as esferas técnicas da CBF essa energia positiva e confiança no trabalho.

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