Daqui um mês, a gurizada da categoria Juvenil do São José entra em campo pelo Gauchão, contra o Ivoti, fora de casa. Eles terão um professor de respeito à beira do campo. Jorge Lopes, aos 34 anos, tem 14 dedicados às categorias de base e um histórico vencedor. No ano passado, ele liderou a equipe Sub-13 do Zeca que chegou ao terceiro lugar no Gauchão, tendo perdido apenas uma partida nos confrontos com a dupla Gre-Nal. Dois anos atrás, foi ao interior de São Paulo com os meninos da Sub-11 e conquistou o torneio Sul-Americano.
Agora, porém, ele afirma que assumiu a sua especialidade.
"Sempre trabalhei com a base, mas costumo ter um foco no trabalho com esses meninos já um pouco mais velhos, na fase final de preparação deles", explica.
Em 2014, Jorge Lopes foi auxiliar técnico justamente do time Juvenil do São José. No currículo, o professor traz ainda experiências com as categorias de base na Europa e até uma passagem na Seleção do Equador.
Os treinamentos da gurizada iniciaram há duas semanas. E na semana passada, houve o primeiro teste. Jogo equilibrado e derrota por 2 a 1 para o Grêmio. Para Jorge Lopes, a impressão foi bastante positiva. Ele, que tem na comissão técnica ainda o auxiliar técnico Burno Rosa, o preparador físico Guilherme Oscar, o preparador de goleiros Estevan Del Arco e os auxiliares Artur Segalis e Leonardo La Rosa, conversou conosco sobre as perspecitivas para a temporada à frente do Juvenil.
Você trabalha há 14 anos com as categorias de base. Mas nessa fase do Juvenil, como precisa ser o foco do treinador? Ainda é tempo de aprimorar fundamentos?
Jorge Lopes: No Juvenil, os atletas já chegam com uma formação técnica quase completa. Não é mais o momento de ensinar a forma de dar o passe, mas de aprimorar cada fundamental aliado à tática. Eu acredito que sempre tem que refinar isso no trabalho do dia a dia. Nós trabalhamos com análise de desempenho e muito do que trazemos de dados me ajuda a qualificar alguma possível deficiência nessa formação do jogador.
Qual a característica dessa geração?
Jorge Lopes: Eles são muito emotivos. É mais raro encontrarmos aquele líder nato, que se motiva naturalmente e chama a responsabilidade. Eu atribuo isso ao excesso de informações que eles têm atualmente. São muitas formas de comunicação e interação constante. Então, o nosso trabalho tem que ser voltado a ajuda-los a focar a energia. Se dentro do campo, tantos fatores externos entram, muitas vezes desperdiçamos alguns talentos técnicos que acabam inibidos. É preciso ter um padrão bem determinado de trabalhar para usar esse emocional deles na medida certa.
Você traz no currículo um histórico de trabalhos fora do Brasil. Quando foi? E no que isso acrescenta ao teu dia a dia?
Jorge Lopes: Passei pela Europa, em equipes da Itália e da França na categoria Juvenil entre 2012 e 2013. Lá, o planejamento é o diferencial que eu tento sempre trazer para os meus trabalhos. Tudo o que é feito e preparado para que os atletas tenham um ambiente propício para competir e desempenhar técnica e taticamente melhor. É uma forma de avaliar os meus jogadores e o comportamento deles em grupo e, a partir daí, delinear para onde e como vamos trabalhar. A experiência na Europa me acrescentou muito nesse aspecto. E tive ainda uma passagem acompanhando o trabalho na Seleção do Equador durante as eliminatórias para a Copa de 2010, em que eu pude entender como é um trabalho de ponta também entre os profissionais. São todas experiências que eu tento aplicar diariamente com os nossos atletas.
Como foi a formação dessa equipe Juvenil do São José?
Jorge Lopes: Temos 95% dos jogadores que no ano passado disputaram o Gauchão Sub-17 e Sub-15. Aos poucos, estou agregando outros atletas a esse grupo, mas a aposta é nesses meninos. Já deu para perceber que temos um potencial muito grande e poderemos ter excelentes resultados.