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O "gigante" Zé é destaque da campanha do Sub-15

A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) definiu nesta segunda-feira as datas dos confrontos pelas quartas-de-final do Gauchão Sub-15 entre São José e Pinheiros, de Taquari. No próximo domingo, o Zeca vai a Taquari para a primeira partida dos mata-matas. E um dos símbolos da campanha espetacular que levou o São José à classificação na liderança da segunda fase atende pelo apelido de Zé. O nome do goleiro é José Henrique de Oliveira, de 15 anos, mas não tem jeito, é o Zé quem garante ao time do técnico Rodrigo Santos da Silva uma das melhores defesas da competição. Na segunda fase, foi a melhor defesa, com apenas dois gols sofridos.
"O time está muito unido. Conversamos muito com o professor Rodrigo e fechamos um objetivo nesses seis jogos da segunda fase. E aí toda a nossa defesa começou a jogar melhor, eu sou só uma parte disso. Acho que estamos preparados para manter essa campanha e chegar mais longe ainda nesse Gauchão", diz o goleiro.
Criado no Zeca desde os 10 anos, Zé segue uma tradição no clube. Atualmente treinado pelo preparador de goleiros Estevan Moreira, ele foi pupilo do saudoso Nilson Lümmertz, e é mais um exímio pegador de pênaltis no Passo d'Areia _ algo que acontece em praticamente todas as categorias de base do clube. Há dois anos, no Efipan, defendeu sete cobranças durante toda a competição. Ora, um desempenho como esse logo chamaria a atenção. E aí o Zé seguiu o caminho de outro grande goleiro revelado no São José. Assim como Tiago Volpi, ele seguiu para o Fluminense. Teve algumas oportunidades, mas aí veio o primeiro tombo na promissora carreira. Que foi quase um tropeção definitivo.
"Eu pensei em parar de jogar e desistir desse sonho que eu tenho de me tornar profissional e ajudar a minha família. Fui dispensado de lá porque eu sou muito baixo, e hoje em dia no Brasil, goleiro tem que ser alto, muito alto", desabafa.
Aos 15 anos, o guri hoje tem 1m73cm. Dizem que, para o futebol, é pouco. Mesmo que no São José o Zé tenha como exemplo o Fábio, um dos melhores goleiros do Estado. Que pe baixo. Mas quem repara?
"Às vezes ele conversa comigo Já me disse para treinar sempre muito mais, para me aprimorar tecnicamente e não desistir", diz o guri de São Leopoldo.
Ah, se os críticos soubessem da força de vontade deste goleiro...
Pois a retomada do Zé se confunde com a campanha histórica do time Sub-15 nesta temporada. Começou com o inédito título do Mundialito, na Bolívia. Zé esteve entre os menos vazados da competição. E nos jogos finais, assegurou a conquista jogando com muita segurança.
"Eu nunca imaginaria que estaria jogando fora do Brasil sendo tão novo. E ainda mais conquistando um título", alegra-se.
Depois veio o Gauchão e uma história que ainda está sendo contada. Quando acabou o jogo no último sábado, com a goleada sobre o Progresso por 4 a 1, Zé viveu mais um capítulo disso. Quem primeiro se aproximou dele foi o preparador físico Eduardo Guly, que é muito mais que um preparador. É conselheiro do técnico Rodrigo e dos jogadores em campo. O que Guly queria era dar um abraço no goleiro e repetir, mais uma vez, até o guri cansar de escutar:
"Não desiste nunca!".
Esta é a marca da equipe que entrará em campo no próximo domingo, longe de casa.

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