NOTÍCIAS

Wagnão está curado!

A manhã desta quinta-feira começou com um golaço no Passo d'Areia e onde quer que esteja o torcedor ou quem vive o São José. Um gol daqueles em que até quem é rival dentro de campo certamente vibrou. Depois de fazer o último exame na quarta, foi nesta manhã que o zagueirão Wagner Fogolari, o Wagnão, teve a confirmação clínica do que já esperava: está curado do linfoma de Hodgkins.
Foram seis meses e 12 sessões de quimioterapia até o resultado do exame chamado Pet Scan, que já não detectou tumores no corpo do Wagner. Claro, ainda não significa a volta dele aos gramados, mas, para quem superou com tanta força à doença, este parece ser só um detalhe.
Nos próximos dias o médico do São José e o responsável pelo tratamento do zagueiro devem se reunir para estabelecer um planejamento de retorno dele aos treinamentos. Por enquanto, como fez durante todo o tratamento, o Wagnão continuará presente em todos os treinamentos. Ele já tem liberação para atividades físicas leves. 
"Estou novo outra vez. Eu disse que voltaria para o Gauchão. Estou aí", brinca o Wagnão.
Mesmo sem uma liberação clínica para os treinamentos, o preparador físico Martinho Inácio não tem dúvida de que está diante de uma recuperação diferente a ser conduzida.
"Sem dúvida, a força de vontade, a energia positiva que o Wagner tem, poderá acelerar o processo. Mentalmente ele tem muita força, e isso se reflete fisicamente", resume o especialista.
Nós conversamos com o Wagnão sobre o tratamento e a cura do seu maior desafio.

O que tu aprendeste nestes seis meses?
Aprendi que é importante dar valor às pequenas coisas da vida. Aquela coisa de reclamar porque tem que treinar, tem que levantar cedo, tem que correr todos os dias. Eu nunca me senti tão feliz de poder fazer tudo isso. Todos os dias, mantinha minha força para estar aqui, de pé e firme. Depois dos primerios dois dias do diagnóstico, em que eu realmente tive medo do que pudesse acontecer, eu tive a certeza de que voltaria. Nunca me deixei abater por essa doença.

Mesmo longe do gramado, tu tens noção da importância que tiveste para o grupo de jogadores em todo o segundo semestre de 2017. Essa liderança foi novidade para ti?
Eu nem vejo como liderança. Fazia muito bem para mim estar aqui no estádio, junto com os meus companheiros que são uma segunda família para mim. Claro que, não podendo jogar, eu conseguia puxar um ou outro para conversar mais, de repente dar algum conselho. Mas eles me ajudavam muito mais do que eu a eles. A força dos amigos me ajudou demais a superar esse momento. E eu tentei dar a minha colaboração, como sempre fiz. Agora, voltando, acho que posso ajudar ainda mais no grupo de jogadores.

No momento do diagnóstico, tu estavas prestes a ser pai pela segunda vez. Teve medo?
No começo, tive muito medo do que pudesse acontecer. E se eu não pudesse ver a minha filha nascer, pegar ela no colo? E se eu não pudesse mais conviver com o meu filho? Mas aí é que eu tive força da família, dos amigos e de todos ao meu redor. Essa torcida para que eu me curasse foi fundamental para mim. Em nenhum momento, depois daquelas primeiras horas, eu me enxerguei como alguém doente. Eu estava ficando forte para voltar.

No dia em que confirmou o diagnóstico, tu fizeste uma promessa. Durante o tratamento, mesmo em dia de quimioterapia, estavas aqui na arquibancada e repetiu a promessa. Está de pé?
Eu vou cumprir. Eu disse que no Gauchão estava de volta. Não sei ainda quando, em qual rodada. Também não sei quando vou ser escalado. Mas pode ter certeza de que vou cumprir. Estarei à disposição ainda no Gauchão.

NOTÍCIAS


APOIO

SIGA O ZECA