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Zeca vence, mas se despede com a melhor campanha da D

Guerreiros, este é um time de guerreiros. Um time que sofre uma derrota por 3 a 1 no primeiro jogo semifinal de um Brasileirão, pode-se dizer, já está a meio caminho andado para a eliminação. Não este time do São José. Depois de garantir o acesso à Série C de 2019, os comandados do técnico Rafael Jaques lutaram até o último instante, na tarde deste domingo, no Passo d'Areia, para reverter aquele placar construído pelo Ferroviário em Fortaleza, na primeira partida semifinal do Brasileiro Série D. Venceram, mas o placar de 2 a 1 acabou sendo insuficiente para colocar o Zeca na decisão da competição nacional. A equipe saiu de campo sob os aplausos do torcedor, que reconheceu o glorioso capítulo escrito na história de 105 anos do São José, com o inédito acesso nacional.
Mais do que isso, o São José, provavelmente, encerrará a Série D tendo somado mais pontos do que o campeão. Foram 31 pontos somados, com o impressionante retrospecto de 100% nos sete jogos disputados no Passo d'Areia. Mas, pela fórmula da competição, oficialmente, o Zeca terminará a Série D de 2018 com o terceiro lugar. Mesma classificação — também histórica — conquistada no Gauchão deste ano.
A ordem era reagir depois da derrota no primeiro confronto, e o Zeca não perdeu tempo. A partida tinha apenas três minutos quando Bruno Jesus avançou e tocou para Xaro, na esquerda, encontrar o espaço para a infiltração de Márcio Jonatan. Com a sua peculiar raça, ele superou o zagueiro, foi ao fundo e cruzou forte, rasteiro para a pequena área. Matheusinho, como uma flecha, apareceu entre os zagueiros e completou para o gol. Era o 1 a 0 logo nos primeiros minutos de partida. 
Poderia representar a reversão do que aconteceu no Ceará em tempo recorde, porque a pressão do São José continuou. O problema eram os contra-ataques do Ferroviário que, invariavelmente, levavam perigo. Em um deles, aos 11 minutos, o artilheiro da competição, Édson Cariús, recebeu na área e concluiu sem chance de defesa para Fábio: 1 a 1.
Mas, lembre-se, estamos falando de um time de guerreiros. E ninguém se abateu com o empate. A partida seguiu aberta. Se, de um lado, o São José pressionava o adversário, de outro, os cearenses tinham a velocidade e a qualidade ofensiva como uma arma perigosa.
Aos 25 minutos, Guedes encontrou Kelvin na entrada da área, mas ele não conseguiu tocar a bola para encobrir o goleiro, que foi mais rápido na saída do gol. Dois minutos depois, Matheusinho acertou um chutaço que passou muito perto. FInalmente, aos 30, Kelvin cobrou escanteio em jogada ensaiada para Márcio Jonatan dar uma casquinha no primeiro poste. A zaga afastou parcialmente, mas o volante Karl, atento, estava na entrada da área. Ele acertou um belo chute de primeira para estufar a rede e recolocar o Zeca na frente no placar: 2 a 1.
O gol deu ainda mais gás para a pressão do São José, mas o adversário não abria mão de levar perigo. Aos 39, Fábio fez grande defesa em cabeçada a queima-roupa. Antes do intervalo, ainda houve tempo para Matheusinho tentar outra vez de primeira, de fora da área. A bola, caprichosa, passou perto do travessão com o goleiro paralisado. 
Logo aos nove minutos do segundo tempo, foi a vez de Kelvin livrar-se dos marcadores e servir Márcio Jonatan na área. O atacante tocou de cabeça, mas sem força suficiente para que a bola passasse pelo goleiro. À medida em que o tempo passava, o controle do São José no meio de campo se estabelecia. O Ferroviário, agora sim, se fechava para preservar o placar. Tentanto encontrar o espaço para o terceiro gol, Rafael Jaques mexeu no ataque. Primeiro, saiu o esgotado Márcio Jonatan, abatido por uma forte gripe, dando lugar a Janderson. Depois, Anderson Canhoto substituiu Karl. 
O Zeca ganhou mais volume ofensivo, mas esbarrava em um adversário disposto a tudo para segurar o placar. Ainda havia tempo para mais uma mudança. Christian, lateral-esquerdo com característica de bom chute de fora da área, substituiu Xaro. Com tanta insistência, finalmente, aos 43 minutos, surgiu a oportunidade. Canhoto serviu com precisão para Janderson dentro da área. Ele tomou a frente do zagueiro e, quando iria concluir, foi empurrado. O árbitro, porém, não assinalou o pênalti que mudaria o rumo da partida. 
Nos acréscimos, enquanto o São José seguia propondo o jogo, o Ferroviário abusou da cera. Aos 45, um dos zagueiros foi expulso. Três minutos depois, Kelvin recebeu em alta velocidade, passou pelo zagueiro e entraria na área para marcar o gol, mas foi escandalosamente agarrado pela camisa. Falta e expulsão do segundo zagueiro. Mas na cobrança da falta, o goleiro conseguiu a defesa e definiu a classificação dos visitantes.
"Fizemos um grande jogo, enfrentando um time muito qualificado. Conseguimos a vitória mas, infelizmente, perdemos a classificação à final no segundo tempo do jogo em Fortaleza, quando baixamos o nosso ritmo, talvez por um relaxamento inconsciente depois de conquistar o acesso. Mas o balanço que fica é extremamente positivo. Conquistamos os títulos da Recopa e do Interior. E depois, o acesso. Eu sempre confiei no nosso grupo de trabalho", disse, ao final do jogo, o técnico Rafael Jaques.
Nesta segunda, a direção de futebol participa do congresso técnico da Copa Wianey Carlet, mas a participação na Copinha não está garantida. O grupo de jogadores e a comissão técnica reapresentam-se na terça.

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