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1940-2020: O primeiro jogo em nossa casa

Neste ano, o Passo d'Areia, a nossa casa, completa 80 anos. É o estádio mais tradicional do futebol de Porto Alegre. No qinto capítulo do baú de histórias que começamos a abrir, o Zeca inaugura o Passo, depois de um ano de obras, no domíngo de Páscoa de 1940.

Era domingo de Páscoa naquele 24 de março de 1940. Um dia ensolarado em Porto Alegre. Na Zona Norte, o pavilhão erguido em cerca de um ano de obras estava tomado pelo público. De camisetas brancas e golas azuis, o São José entrou em campo pela primeira vez naquela que viria a ser a sua casa definitiva com Ruaro; Décio e Armando; Kudira, Junção e Zica; Javel, Elustondo, Mabília, Chinês e Cidrônio. Naquele grupo de jogadores ainda estavam os zagueiros Berto e Mando, os meia Lobato e os atacantes Dentista e Alemaozinho. Eles inauguraram a história que hoje completa 80 anos. A história do Passo d'Areia.
Entre notícias que já exalavam o cheiro de pólvora dos anos de guerra que se seguiriam, abalando a Europa e o mundo, os jornais da época destacavam: "Podemos nos orgulhar de possuir mais uma excelente praça de esportes - o novo estádio do São José, graças à operosidade dos seus dirigentes, que têm enfrentado as maiores viscitudes e vencido enormes obstáculos”. 

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Entraram em campo empunhando a bandeira azul e branca com listras horizontais. O jogo era contra o Grêmio, que esbanjava um currículo de tricampeão citadino, mesmo que com algumas duras marcas imputadas pelo ataque avassalador do Zeca, que tinha Elustondo e Chinês como seus líderes. Mas desta vez, o clima era festivo, e a partida, amistosa. Curiosamente, o ataque do São José, que havia se consagrado na década anterior, no Arrabalde São João, não balançou as redes, mesmo que a partida tenha terminado 3 a 2 para os visitantes. 
É que os gols favoráveis ao Zeca foram contra. Luiz Luz e o goleiro Edmundo marcaram, segundo a súmula da partida. Mesquita, duas vezes, e César I anotaram para o Grêmio. 
O resultado em gols, porém, era o que menos importava naquela Páscoa de 1940. O que valia era o resultado erguido às margens do Arroio Areia. Um local que, pelo menos desde 1937 já era usado para treinamentos pelo São José. 
Era uma Porto Alegre que se expandia ainda mais do que na década anterior. Liderada por José Loureiro da Silva, dias antes havia sido aprovada, por exemplo, a canalização do Arroio Dilúvio. Mas a Zona Norte cada vez mais operária, especialmente, vivia essa efervescência. O Arrabalde São João foi "engolido" por uma das vilas operárias — a exemplo do atual IAPI — que surgiam naquela região.
Restava o terreno que pertencia a Rubem Berta, um dos sócios da Varig, e que sonhava em fazer ali uma pista de pouso em Porto Alegre, mas, diante do crescimento da cidade, via a várzea até então adequada aos aviões, ser também engolida. Vendeu a área, por preço abaixo do mercado, em 1939, ao presidente do São José, Eduardo Luiz Zottmann, e o grupo de dirigentes formado por Walter Raab, Edmundo Lamb, Manoel Osório da Rosa, Francisco Ivo Schuh e Salvador Vigna. Eles repassariam o terreno ao clube. E liderariam o mutirão entre os sócios para aterrar a área e erguer o pavilhão do novo estádio.
Três semandas depois, iniciaria a disputa do Citadino de Porto Alegre. O São José ficou com o quarto lugar, mas com a primeira marca positiva do novo Passo d'Areia: a equipe acabou a campanha de 1940 invicta em sua nova casa.
 

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