
Era um sábado, em 24 de maio de 1913, assim como neste 2025. Provavelmente, um dia bom para bater uma bolinha naquela Porto Alegre de pouco mais de 130 mil habitantes. Hoje, 112 anos depois, o clube nascido naquele sábado, leva o nome criado naquele dia ao Brasil. Do clube dos amigos, ao clube do bairro até o clube que desafia obstáculos que parecem impossíveis e destinados a gigantes. Porque o São José, depois de 112 anos, não perde a sua essência.
Era o grupo dos seis _ José Edgar Vielitz, Osvaldo Endler, Florêncio Wurding, Léo de La Rue (este virou o primeiro presidente), Antônio Pedro Netto e Arnaldo Peterlongo Ely _ no Colégio São José dos Alemães, na antiga Rua São Raphael (atual Alberto Bins), estimulados pelo Irmão Constantino José, um dos religiosos da escola para moços. Eles criaram um time de futebol já com um objetivo arrojado: encarar os demais clubes daquela Porto Alegre que, em 1913, tinha pouco mais de 130 mil habitantes.
É que o futebol era a diversão daqueles meninos, todos entre 11 e 18 anos. E desde então, cada um que veste essa camisa e pisa o campo, carrega, antes de tudo, alegria por jogar bola. Não à toa, o Zeca, ou Zequinha, como aos poucos o clube dos meninos começou a ser conhecido, é o lugar em que cada um é recebido de coração aberto e, basta vivenciar um jogo com o nosso manto, seja dentro ou fora de campo, nós podemos garantir: é amor à prieira vista. Que se manifesta da paixão absoluta à simpatia. Nunca à indiferença.
Porque o futebol tem dessas coisas. É esporte que agrega e alimenta sonhos.
Foram eles que que tornaram a alegria de jogar bola do grupo dos seis virou legado, primeiro, carregado junto com o crescimento da cidade em direção à Zona Norte, até se estabelecer no Passo d'Areia. Sempre levando adiante a missão de jogar por alegria. É isso que nos moveu, nas décadas seguintes, até hoje, 112 anos depois, a encararmos as mais duras batalhas Brasil afora com o símbolo que aquele grupo dos seis criou.
E como a nossa Porto Alegre mudou. O prédio da antiga escola, porém, segue erguido e, inclusive, com a mesma arquitetura, ao lado da Igreja São José, na atual Rua Alberto Bins. É como um símbolo de que, quando construímos uma instituição movida pela alegria, que era só a de jogar uma bolinha, as raízes são sempre mais fortes. Hoje, no dia em que completamos 112 anos, nossos guris estarão em campo. Seja lá onde for, estarão carregando o sonho daquele grupo dos seis.