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O goleirão Fábio agora é artilheiro

Que ele é o melhor goleiro do Rio Grande do Sul, e talvez do Brasil, todo torcedor do São José já está cansado de saber. Que qualquer decisão nos pênaltis é quase uma garantia de que o Zeca já larga na frente porque ele garante pelo menos duas cobranças defendidas, também não é novidade. Mas agora o goleiro e capitão Fábio apresenta uma nova característica ao torcedor: é artilheiro.
Desde o começo da Copa Paulo Sant'Ana, ele já cobrou três pênaltis, todos com extrema qualidade e como manda o figurino _ goleiro de um lado, bola de outro. O resultado não poderia ser outro. Já tem três gols na artilharia da competição. É o vice-artilheiro do Zeca e da competição. Só Diego Torres fez mais gols que Fábio. O goleiro marcou contra o Real, o Aimoré e, no último domingo, contra o Igrejinha.
"É um momento diferente e muito bom, eu já treinava bastante há muito tempo. Já errei alguns, mas todos gostam de fazer gols. Eu estou muito feliz pela oportunidade que estou tendo de fazer as cobranças", vibra o capitão.
No Brasileiro Série D, Fábio já havia cobrado um dos pênaltis da série decisiva contra o São Bernardo, pelas oitavas-de-final. Antes, no ano passado, o goleiro cobrou bem, mas errou na decisão por pênaltis da Recopa. E não parou de treinar.
A série de cobranças, porém, só veio agora, com a Copa Paulo Sant'Ana. No dia em que o técnico Rafael Jaques assumiu o comando o time, perguntou à comissão técnica quem era o cobrador oficial de pênaltis. Para sua surpresa, quem respondeu foi o Toninho, preparador de goleiros: "É o Fábio".
Depois de uma conversa com o capitão, o técnico concordou sem pestanejar. 
"É ele e mais duas opções, que eu deixo para eles decidirem no campo. Cobra quem está mais confiante. O Fábio bate pênaltis com muita qualidade, e defende também. É um grande jogador", define o treinador.
Para se tornar um exímio pegador de penalidades, Fábio tem uma técnica toda sua e, principalmente, muito estudo sobre os possíveis cobradores de cada adversário. Para estar no lugar deles, o preparo é um pouquinho diferente.
"As duas funções são muito difíceis. Também estudo, mas pesa mais a concentração e a confiança naquele momento", avalia o goleiro que, os 28 anos, se descobre artilheiro.
E para quem pensa que o goleirão vai parar por aí, aguarde.
"Estou treinando umas cobranças de faltas. Temos grandes cobradores no time. Se uma hora pintar a oportunidade, vou cobrar", diz.
O técnico Rafael Jaques, que já esteve lá dentro dos gramados, garante que "o homem" sabe bater na bola nas faltas.

(Imagem: Pablo Nunes)

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