O cronômetro marcava 35 minutos do segundo tempo. O meia Arthur recebeu na grande área, livrou-se do zagueiro e deu um toque sutil na bola para vencer o goleiro. Ela seguia mansa em direção ao gol, quando o zagueiro do Rio Preto esticou-se e espanou a bola para longe, na linha do gol. Sete minutos antes, o lançamento em profundidade foi para Thayllon. De frente para o gol, ele tocou de cabeça sem muita força. Foi insuficiente para deslocar o goleiro, que defendeu.
Não, neste domingo não teve jeito. O São José jogou bem, teve controle da bola em boa parte do jogo e chegou mesmo a dominar o confronto pela terceira fase da Copa São Paulo contra o Rio Preto, mas a teimosa bola não queria entrar. Terminou 1 a 0 para os paulistas, com um gol marcado de cabeça, em cobrança de falta na área, aos 40 minutos do primeiro tempo. O Zeca despede-se da Copinha com uma participação histórica. Foi a primeira vez, em cinco participações, que o clube avançou até a terceira fase. O São José é um dos 32 melhores times do Brasil na categoria Sub-20, depois de ter passado no funil com 128 clubes que iniciaram a maior competição de bases do país.
"Talvez tenha faltado um pouquinho de maturidade para concluirmos com êxito o grande número de oportunidades que tivemos neste jogo, mas tem dia em que a bola não entra mesmo. Este grupo está de parabéns, fizemos de tudo o que estava ao nosso alcance para chegarmos ainda mais longe, mas eles fizeram história e são merecedores de muito reconhecimento, porque esses guris se entregaram por inteiro aqui", valoriza o técnico Rafael Porto.
A partida desde domingo se apresentou como o treinador esperava, com o Rio Preto explorando a sua velocidade e um estilo de jogo bastante objetivo. O São José tentava cadenciar o jogo, mas demorou para equilibrar as ações. Logo aos 13 minutos, o goleiro Lorenzo fez a primeira grande defesa da tarde. Aos 22, o Rio Preto acertou a trave. Até que aos 40 minutos saiu o gol dos paulistas.
"Foi uma desatenção na marcação naquele momento. Era uma jogada que sabíamos que poderia acontecer", lembra Rafael Porto.
Só então o São José reagiu. Um minuto depois, Thayllon acertou um chute forte de fora da área, espalmado pelo goleiro para fora.
Aí sim, logo na volta para a segunda etapa, era o Zeca quem propunha o jogo. Em cobranças de falta, Tcharles apavorou a defesa adversária. Era ele quem liderava as ações ofensivas e, aos 22 minutos até tentou a conclusão, mas a bola parou na mão do zagueiro. A arbitragem não marcou nada. O Rio Preto ainda levava perigo nos contra-ataques, mas, a partir dos últimos 15 minutos de jogo, só deu Zeca. O problema, como comentamos lá no início deste texto, é que desta vez, a bola não foi generosa.
"Os valores que o clube ganha após uma campanha como essa, e o amadurecimento que estes meninos criam, não têm preço. Temos um grupo de muito boa qualidade e com uma média de idade baixa para esse tipo de competição. Tínhamos jogador de 16 anos, que entrou e entrou muito bem. Isso é muito positivo. Eu vou guardar essa competição como um marco na minha carreira, nunca vou esquecer", emociona-se Rafael Porto.
A delegação já iniciou neste domingo o retorno a Porto Alegre. Em breve, teremos o início do Gauchão Sub-20. E, como sempre dissemos: a base é forte!
Imagem: Sérgio Chemale