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1940-2020: Surgem os primeiros ídolos

Neste ano, o Passo d'Areia, a nossa casa, completa 80 anos. É o estádio mais tradicional do futebol de Porto Alegre. No quarto capítulo do baú de histórias que começamos a abrir, o Zeca chega ao Arrabalde São João formando seus primeiros ídolos e artilheiros. E o profissionalismo dá seus primeiros sinais.

Em 1928, Porto Alegre viveu o ápice da sua taxa de crescimento na década de 1920. O campo da Bacia, no bairro Floresta, daria lugar a um novo loteamento. O São José precisaria encontrar uma nova casa, e ela criaria mais uma marcada nossa história: a proximidade com os movimentos da zona norte de Porto Alegre. 
O local escolhido foi o Arrabalde São João, onde se encontravam o fim da linha férrea e as primeiras linhas de ônibus da Capital. Descrito por um jornal da época como  “uma praça de esportes catita, bonita, com arquibancadas de cimento e um pavilhãosinho que parecia mesmo uma casa de bonecas de menina zelosa de tão arrumadinho que estava”, o novo lar do Zeca ficava entre a avenida Benjamin Constant e a rua Eduardo Chartier, junto ao atual Cemitério São João. À frente da comissão de obras desta nova casa estava o abnegado Edgar Vielitz, que lá em 1913 foi um dos criadores do clube.

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O primeiro jogo na nova casa foi em uma vitória por 3 a 1 sobre o Concórdia, em 6 de maio de 1928. A partir daquee ano, o São José viveria um período de passagem de bastão. E ele marcaria o surgimento dos primeiros ídolos dentro de campo. A começar por um menino chamado Oswaldo Rolla, ou só Rolla, ou ainda, Foguinho. Aos 19 anos, atacante Rolla figurava na escalação que tinha Egon; Astro e Mabília; Alfredo, Berlina e Ulisses; Siqueira, Rigo, Rolla, Monteiro e Alvaro. No ano seguinte, já chamado de Foguinho, o guri marcaria no empate em 2 a 2 com o Cruzeiro. Em 1930, Foguinho, aos 21 anos, se transferia para o Grêmio.
Aquele era o ensaio para grandes resultados. Em 1935, o São José foi o quarto colocado do Citadino. No ano seguinte, venceu o Torneio Inicio, e, em 1937, a primeira grande façanha: o vice-campeonato citadino, com direito a três vitórias sobre o Grêmio, que seria o campeão, duas sobre o Internacional e duas, com goleadas, sobre o Cruzeiro.
O time ainda era liderado pelo defensor e capitão Mabília, que já estava naquele grupo da viagem de avião, dez anos antes. O que chamava a atenção nesta equipe, porém, era mais uma vez o faro de gol. João Elustondo Filho, o Elustondo, e Chinês inferniavam as defesas adversárias. Nas duas goleadas por 4 a 2 sobre o Cruzeiro, em 1935, por exemplo, Elustondo marcou. E, no grande jogo da campanha de 1937, em 5 de setembro, o Zeca fez 4 a 3 no Grêmio, com gols de Lourival, Chinês, Mesquita e o matador Elustondo.
Mais do que ídolos do clube, Mabília, Elustondo e Chinês faziam parte de um movimento histórico. Em 1937, o São José, juntamente com Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Força Luz, criou a associação "especial", que comportava os primeiros movimentos do futebol profissional em Porto Alegre. Criavam-se ali as raízes para uma nova era no futebol, e outra vez, a cidada se movimentava. Seria o ocaso de mais uma casa do São José. A próxima parada seria o Passo d'Areia. 
 

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